Do Éden ao Agora: Redescobrindo Quem Somos


Na narrativa de Gênesis, Adão e Eva viviam em uma condição de perfeita harmonia com o divino, com a natureza e consigo mesmos. Nus, sem vergonha ou culpa, possuíam uma consciência limpa e uma conexão genuína com o fluxo da vida. Nesse estado, a mente não se preocupava com desejos ou angústias. Porém, a entrada da serpente trouxe algo novo: a dúvida. O questionamento plantado em Eva foi o primeiro passo para a quebra dessa harmonia.

Quando comeram o fruto proibido, a consciência deles desceu às profundezas da vergonha e da culpa — sentimentos que se situam na base da Escala de Hawkins, uma ferramenta que mede os níveis de frequência vibracional das emoções humanas. Esse movimento de queda é uma metáfora poderosa sobre como as escolhas baseadas no ego podem nos desconectar de nossa essência divina.

Mas o que esse relato tem a nos ensinar hoje, em um mundo cercado de egos e pouca consciência? A chave está em compreender que o fruto proibido simboliza nossas escolhas diárias — aquelas que sabemos que não nos farão bem, mas ainda assim nos seduzem. Ele representa as tentações que nos afastam de nossa essência e nos aprisionam em camadas superficiais de existência.


A Crise de Identidade Humana

Uma das maiores crises do ser humano é a crise de identidade. Quando nos afastamos de quem realmente somos, acabamos nos perdendo ao nos hiper identificarmos com dois dos três campos da identidade:

O Campo do TER

Aqui, definimos nosso valor pelas coisas que possuímos. Tornamo-nos materialistas, acreditando que prosperidade material é um sinal do favor divino. É um ciclo sem fim: quanto mais temos, mais queremos. Essa identificação com o mundo externo nos afasta do verdadeiro propósito.

O Campo do FAZER

No campo do fazer, nosso valor está associado à produtividade. Sentimos que só somos aceitos ou validados se estivermos agindo, produzindo ou alcançando metas. Isso muitas vezes é fruto de uma educação que nos condicionou a acreditar que o amor precisa ser conquistado, não algo que já existe dentro de nós.

O Campo do SER

Esse é o ápice da nossa identidade. O campo do SER é onde encontramos nossa verdadeira essência - a imagem e semelhança de Deus. Ele nos conecta ao que somos de fato, sem depender do que temos ou fazemos. É aqui que estão valores como bondade, compaixão, justiça e amor, que refletem nossa ligação com Deus. Viver no campo do SER significa reconhecer que somos valiosos pelo simples fato de existirmos, independentemente de conquistas ou posses


Como Acessar Nossa Verdadeira Identidade

Redescobrir nossa essência requer prática e reflexão. Uma das ferramentas mais eficazes para reconectar à nossa identidade é por meio da visualização guiada. Experimente a seguinte prática:

  1. Encontre um lugar tranquilo onde possa relaxar.
  2. Feche os olhos e visualize-se deitado(a) no colo de Deus.
  3. Pergunte a Ele: “Pai, como você me vê?”
  4. Permita-se sentir a resposta em forma de palavras, imagens ou sensações.

Esse momento de entrega pode revelar verdades profundas sobre quem você realmente é — não o que você tem ou faz, mas o que você é em essência.


Conclusão

Assim como Adão e Eva tiveram a chance de viver em harmonia com Deus, também somos convidados a retornar a essa consciência elevada. Esse retorno não está em buscar fora, mas em cultivar dentro. Quando reconhecemos que nossa identidade não está no TER ou no FAZER, mas no SER, abrimos espaço para uma vida plena e conectada à fonte divina.

Escolha, hoje, o fruto que alimenta sua essência. Pergunte-se: o que estou escolhendo — o ego ou a consciência? A resposta pode mudar tudo.

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